Danças e Feminino

Dança na saúde da mulher

Quando penso na mulher e na saúde nos dias atuais, primeiramente devemos compreender como é essa na nossa sociedade contemporânea. Vemos, no dia a dia,  mulheres que diferentemente das nossas mães e avós se emanciparam, conquistando seu espaço no mercado de trabalho, sua independência financeira, dentre outras conquistas, contudo essas mudanças tiveram um preço e parte da essência feminina acabou por ficar adormecida. Não tiro o mérito das ações feministas, mas olho com amor e cuidado para o resultado de todas essas conquistas e como ela tem se manifestado nas mulheres.
Muitas mulheres conseguem seu lugar no mundo de trabalho com altos cargos, mas esquece-se de seu lugar como um ser feminino, ao invés de usar seu lado criativo para conquistar seu espaço, acaba por deixar que seu “animus” tome conta do seu ser e acabe por ter posturas muito mais masculinas do que femininas. Possuímos tantas em uma que acaba sendo difícil conhecê-las, quanto mais integrá-las e não é a toa que por muitas vezes nos perdemos em nossos papéis e deixamos que abusem deste feminino sagrado. Esquecemos-nos de papéis como: de mãe, mulher, de amante, tecelã (aquela que transforma com suas mãos), de curadora etc. e por tudo isso acabamos por adoecer. A doença aparece todas as vezes que estamos vivendo na “unilateralidade”, quando deixamos de viver vários lados de nossa vida e de nossos vários papéis.


O corpo evidencia tudo o que somos e o que pensamos, é através do corpo (quando bebê) que iniciamos nossa jornada de construção de um ser consciente, de um individuo com sua psique. Neste sentido, quando penso na dança, penso em possibilidades de promover no corpo a sensibilização para percepção corporal, seus movimentos, o que ele pode me dizer e o que pode me faz sentir. É por meio de várias técnicas, que vamos criando possibilidades de um diálogo entre corpo e psique, dando voz e luz a ampliação do papel do feminino dentro de cada uma, mesmo vivendo em uma sociedade massificada onde muitas vezes este individual deixa de existir. 



Dança Terapêutica Feminina


O que vem a ser isto? Durante muitos anos em minha jornada como professora de dança, me questionei se a dança que ora ensinava poderia contribuir com um trabalho mais rico de auto-conhecimento. Percebi o quanto algumas técnicas se casavam com outras, como forma de complementar um trabalho não verbal condizente com a jornada da dança da alma. Neste trabalho não somente a dança, propriamente dita, é o fio condutor, mas diversos trabalhos expressivos. A arteterapia e a eutonia (técnica somática) servem por vezes como base, para o que desenvolveremos no trabalho. Cada grupo é único, pois todas as pessoas são únicas e junção delas é que dará o fio condutor para o desenrolar do trabalho, proporcionado vivências capazes de integrar várias facetas do feminino.










Danças Circulares e seus símbolos:
Uma conversa com Gabriele Wosien






Dança Circular no Parque Lino e Paula Raia 




Oração da Dança

Louvada seja a dança,
Ela libera o homem
Do peso das coisas materiais
Para formar a sociedade.
Louvada seja a dança,
Que exige tudo e fortalece
A saúde, uma mente serena
E uma alma encantada.
A dança significa transformar
O espaço, o tempo e o homem.
Que sempre corre perigo.
De perder-se ou somente o cérebro,
Ou a vontade ou só sentimento.
A dança porém exige
O ser humano inteiro,
Ancorado no centro,
E que não conhece a vontade 
De dominar gente e coisas
E que não sente obsessão
De estar perdido no seu ego.
A dança exige o homem livre e aberto.
Vibrando na harmonia de todas as forças.
Ó homem, Ó mulher aprenda a dançar
Senão os anjos do céu
Não saberão o que fazer com vocês!


Autor desconhecido. Atribuído à Santo Agostinho.

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